Ré confessa do assassinato dos pais, Suzane von Richthofen, de 22 anos, deixou ontem o Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro, localizado a 175km de São Paulo. Por volta das 18h, escoltada por três carros da Polícia Militar, Suzane enfrentou a revolta de cerca de 50 populares que acompanhavam a movimentação e gritavam “assassina” e “você vai morrer”. A jovem deverá ficar na casa de Denivaldo Barni — que foi seu tutor legal até ela completar 21 anos. Suzane ficará em prisão domiciliar pelo menos até seu julgamento, marcado para 5 de junho, no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. Suzane pediu para não ser fotografada ou filmada na sua saída.

Paulo Pinto/AE

Ré confessa, estudante foi transferida sob forte aparato policial

Ela foi beneficiada por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e passará a cumprir prisão domiciliar. O alvará de soltura de Suzane só chegou ao centro três dias depois do parecer da Justiça. No domingo, o advogado Mário Oliveira Filho disse que ela não foi libertada no fim de semana porque houve má vontade do juiz do caso, Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, em assinar o alvará que autoriza a liberação.

“O juiz teve a decisão do STJ na mão na sexta-feira e não assinou. Houve má vontade. Disseram que não havia o endereço da prisão domiciliar no ofício, mas o endereço do domicílio sempre foi a casa do Barni e isto sempre esteve nos autos”, disse Oliveira Filho.

Ela, seu ex-namorado Daniel Cravinhos e o irmão dele, Christian, são acusados de planejar e executar os assassinatos de Marísia e Manfred von Richthofen, pais da moça. O crime aconteceu em 31 de outubro de 2002, na casa da família, no bairro Campo Belo, na capital paulista. Manfred e Marísia foram surpreendidos enquanto dormiam em casa e golpeados com bastões.

Apesar do julgamento de Suzane e dos irmãos Cravinhos estar marcado para o próximo dia 5, os advogados da estudante devem se reunir nesta semana com o juiz do caso, Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, para pedir que ela não seja julgada na mesma data que os irmãos. Além disso, Suzane deverá participar de uma audiência em que serão definidas as regras da prisão, como eventuais horários em que ela poderá deixar o local.

Benefício

Não é a primeira vez que a jovem deixa o sistema penitenciário. Em junho de 2005, o mesmo STJ concedeu a ela o benefício da liberdade provisória que, posteriormente, foi estendido aos supostos cúmplices dela no crime, os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos.

Em abril deste ano, Suzane voltou a ser presa por decisão do juiz Richard Francisco Chequini, do 1º Tribunal do Júri de São Paulo. O magistrado entendeu que a liberdade dela representava um risco para o irmão, Andreas, com quem Suzane disputa a administração dos bens da família.

No pedido que culminou na segunda concessão da prisão domiciliar — concedido em decisão liminar pelo ministro Nilson Naves —, a defesa de Suzane alegava que, enquanto ela esteve livre, respondeu a todas as expectativas sociais de um comportamento ajustado e negavam que ela tivesse representado uma ameaça a qualquer um.

Da redação do Correio Braziliense