O governo já avisou, no entanto, para os servidores do PCC, que somam quase 300 mil pessoas, que o reajuste não será retroativo a fevereiro (data-base da categoria). A correção nos salários será aplicada a partir de julho. “Fomos avisados de que houve um corte de R$ 300 milhões no valor reservado para o PCC este ano e, com isto, o reajuste só viria no contracheque de agosto”, garante Josemilton Costa, secretário-geral da Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais (Condsef).
Reivindicações
Isto inflou a insatisfação dos servidores do PCC. Algumas categorias já estão em greve, como os funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ministério da Agricultura, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Outros, como os da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e da Seguridade Social, poderão aderir ao movimento a partir da próxima semana.
“O governo está rompendo os acordos e a proposta inicial que fez com os servidores”, afirma Josemilton. Além de insatisfeitos com a quebra dos acordos, os servidores, principalmente os do PCC, se sentem indignados com o fato de o governo não garantir a paridade (mesmo reajuste) entre os ativos e inativos. “O Executivo insiste em sepultar esta possibilidade”, garante Josemilton Costa.
Para o pessoal do PCC, o governo está prometendo uma correção da Gratificação por Desempenho de Atividade até 91,74%. A primeira parcela sai em julho e a segunda em fevereiro de 2007. Com o reajuste, o servidor da ativa de nível superior, em fase inicial, passa a ganhar R$ 2.055,87 e no final de carreira sobe para R$ 2.860,04 (veja quadro). O inativo passa para R$ 1.204,67, em início de aposentadoria, e R$ 1.929,04, ao final.
O governo vai encaminhar MPs para atender a 30 acordos fechados na Mesa de Negociação. O valor disponível é cerca de R$ 3 bilhões. Segundo cálculos do Ministério do Planejamento, 1,2 milhão de servidores serão beneficiados com as MPs. O Executivo tinha a opção de encaminhar as propostas por meio de projeto de lei, mas não teria tempo para aprovar tudo antes de 30 de junho, conforme determina a Lei Eleitoral. Benefícios e reajustes salariais não podem sair depois desta data.
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