O aumento do emprego com carteira assinada levou a Previdência Social a registrar em junho um aumento de 9,4% na arrecadação de contribuições, que foi recorde pelo quinto mês consecutivo. Com isso foi possível uma redução de 4,6% — de R$ 3,309 bilhões para R$ 3,156 bilhões — no déficit da Previdência Social.
Considerado a principal fonte de pressão sobre as contas públicas, o descasamento entre o que o INSS recolhe e o que paga em pensões e aposentadorias, porém, acumula este ano um déficit 13,6% maior. Encerrado o primeiro semestre deste ano, o rombo já soma R$ 19,023 bilhões.
No ano passado, o déficit da Previdência Social ficou em R$ 38,636 bilhões. Estima-se que em 2006 o rombo cresça ainda mais e ultrapasse os R$ 40 bilhões.
No mês de junho, entraram nos cofres da Previdência Social R$ 9,655 bilhões — já levando em consideração a recuperação de créditos e as restituições, que caíram, e a transferência de recursos, que aumentou fortemente. O pagamento de benefícios cresceu 6,2% no mesmo período, chegando a R$ 12,812 bilhões, já considerado o pagamento devido a sentenças judiciais. O déficit mensal da Previdência foi ainda 2,4% inferior ao registrado em junho do ano passado.
— No mês de junho, a Previdência bateu recorde tanto na arrecadação líquida quanto na corrente — comemorou o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, referindo-se tanto à arrecadação geral quanto às receitas derivadas apenas do recolhimento das contribuições por empresas e profissionais autônomos, que somaram R$ 9,943 bilhões em junho, 12% maior do que em maio.
Nas áreas rurais, 7,2 milhões foram beneficiados
Foram pagos pelo INSS no mês passado um total de 21,15 milhões de benefícios, dos quais 16,3 milhões (67,9%) com valor até um salário-mínimo. Nas áreas rurais do país, foram atendidos 7,2 milhões de segurados. Outros 2,87 milhões de brasileiros receberam benefícios assistenciais — que não entram na conta de despesas com aposentadorias e pensões. Esses benefícios são custeados com recursos do Tesouro Nacional.
Flávia Barbosa
O Globo
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