Os servidores administrativos da PF (Polícia Federal) darão continuidade a partir de terça-feira (19) ao calendário de paralisações iniciado no dia 5 de junho. A nova paralisação também é de 72 horas –prossegue até a próxima quinta-feira (21). A categoria promete cruzar os braços por tempo indeterminado caso não tenha sua pauta de reivindicações atendida, entre elas a criação de um plano de reestruturação da carreira e reajuste salarial.
Caso a paralisação de 72 horas seja confirmada, serviços como emissão de passaportes deverão ser afetados. As já constantes filas para retirada do documento deverão se elevar em todo país. Um dos pontos de maior procura do documento é o do prédio da sede da Polícia Federal em São Paulo, na Lapa (zona oeste).
Além da emissão de passaportes, os servidores administrativos da PF exercem serviços internos nos setores de logística e protocolo da instituição, como, por exemplo, serviços de pagamentos, controle de produtos químicos, registro e concessão de portes de armas de fogo, fiscalizações de serviços de segurança privada e tramitação de inquéritos policiais.
Para a presidente do SINPECPF (Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da PF), Hélia Cassemiro, a categoria quer do governo uma garantia para ter seus salários equiparados aos de outros servidores administrativos federais –o que elevaria os rendimentos iniciais de R$ 1.900 para R$ 3.000–; e o fim das terceirizações.
Essa garantia, segundo explica a sindicalista, estabelece que o governo deva incluir na medida provisória prevista para setembro deste ano –e que concede aumento salarial à carreira policial– a reestruturação do Plano Especial de Cargos, inclusive com o impacto financeiro que isso irá gerar para os cofres públicos. “Queremos uma proposta concreta”, afirmou Hélia.
O termo de compromisso a que se refere a presidente do sindicato foi firmado em junho de 2006 e envolveu os ministros de Justiça e do Planejamento, Orçamento e Gestão. Ele previa reajuste salarial conjunto para servidores administrativos e policiais. Hélia alega que em maio deste ano o governo fechou um acordo com os policiais federais para pagar um reajuste de 30% escalonado em três parcelas, mas não inclui os servidores administrativos.
“A correção desse fracionamento do termo é fundamental, pois está havendo um tratamento diferenciado em relação aos servidores da carreira policial e nós”, disse a sindicalista.
O movimento dos servidores administrativos da PF é paralelo ao dos servidores que exercem carreiras policiais na instituição e que também estão em campanha salarial. Os policiais têm cargos de delegados, agentes, escrivães, peritos e papiloscopistas
Grupo de trabalho
Na quarta-feira (13) houve uma reunião envolvendo os servidores e integrantes dos ministérios de Planejamento e Justiça para discutir as reivindicações dos grevistas. A assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento havia informado que um grupo de trabalho seria criado para para discutir a reestruturação de cargos da categoria, um dos itens constantes na pauta de reivindicações dos servidores.
A assessoria da pasta informou ainda na quinta-feira que um levantamento seria realizado para avaliar qual será o impacto econômico-financeiro da equiparação dos salários dos servidores administrativos da Polícia Federal aos do Ministério Público e do Judiciário.
Outro lado
Procurada hoje para comentar o assunto, a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento informou que apenas o assessor Daniel Lansky poderia atender a reportagem. No entanto, até as 13h50, ele não foi localizado no telefone indicado pela pasta e não havia respondido a mensagem –enviada pela reportagem via e-mail– com as perguntas. A assessoria de imprensa da PF também não foi localizada para comentar o assunto.
Fonte: AgoraMS
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