Os servidores administrativos da Polícia Federal lotados em Brasília irão cruzar os braços amanhã (7) para cobrar, entre outras pautas, a retomada das negociações com o Governo Federal que tratam da reestruturação da carreira e a nomeação imediata dos candidatos aprovados em concurso público realizado em fevereiro.
A paralisação dos administrativos afetará diretamente serviços como emissão de passaportes, controle migratório, fiscalização de atividades de segurança privada, entrada de produtos químicos importados no país e o suporte à atividade policial.
Além da paralisação das atividades, os administrativos preparam marcha do Edifício Sede da Polícia Federal, localizado no Setor de Autarquias Sul, até o Ministério do Planejamento (Bloco C). O ato está previsto para as 14h00. De acordo com o SINPECPF, sindicato que representa a categoria, o objetivo é buscar reunião com representante do Governo Federal para tratar das demandas da categoria.
A categoria também espera contar com o reforço de mais de trezentos candidatos aprovados no concurso público para a carreira administrativa da PF realizado em fevereiro deste ano. Como o certame foi homologado em junho, não há qualquer impeditivo legal para que os aprovados tomem posse durante o período eleitoral. “Nosso quantitativo está muito abaixo do ideal e a chegada desses novos colegas é urgente”, afirma o presidente do SINPECPF, João Luis Rodrigues Nunes.
Segundo dados do Governo Federal, os administrativos correspondem hoje a 17,86% do efetivo da PF — menor percentual desde 1978. Devido à escassez de servidores, é comum ver policiais federais serem desviados para atividades administrativas, tais como licitações e assessoria de imprensa, desfalcando os quadros investigativos. Além disso, o órgão muitas vezes apela para terceirizações em setores sensíveis, como o de imigração.
O último ato controverso tomado pela PF para driblar a falta de efetivo foi fechar convênio para receber funcionários da Infraero que perderam o emprego após a privatização dos aeroportos. A PF assumiu o pagamento dos salários e encargos desses profissionais, parte deles com idade para se aposentar e todos sem capacitação para atuar em órgão policial. “O custo desses profissionais é enorme. Apenas para mantê-los em Guarulhos e Campinas a PF terá de desembolsar mais de R$ 27 milhões. Seria muito melhor realizar concursos específicos para a carreira administrativa”, argumenta João Luis.
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