O ministro da Justiça, Tarso Genro, vai sugerir ao governo do Rio de Janeiro a criação de uma sala de situação dentro do próprio ministério, para acompanhar o quadro de violência no estado. Na segunda-feira, o trem em que viajavam os ministros de Cidades, Márcio Fortes, e o da Secretaria Especial dos Portos, Pedro Brito, foi baleado por traficantes da favela do Jacarezinho. Genro disse que as autoridades federais não eram alvos específicos dos bandidos. Para ele, o tiroteio era entre quadrilhas.

Tarso Genro afirmou que o secretário Nacional de Segurança Pública, Antônio Carlos Biscaia, ficou encarregado de fazer os contatos com as autoridades fluminenses para verificar a necessidade de montar um espaço dentro do ministério. “Estamos à vontade e temos meios para ajudar o Rio”, afirmou o ministro, durante uma reunião com a Frente Nacional de Prefeitos, com quem traçou as metas de aplicação do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).

Segundo Tarso Genro, o tiroteio foi uma reação dos bandidos contra as ações sociais. Ele acredita que outras ações criminosas poderão acontecer no Rio. “Isso vai ocorrer mais vezes, porque as políticas sociais estão chegando. O estado está presente e o crime organizado vai agir com esse tipo de enfrentamento”, disse. “Reações desse tipo não são gratuitas.”

O ministro da Justiça confirmou que a Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) continuará no Rio por tempo indeterminado. Estão instalados, atualmente, 1.200 homens na capital. Ainda não há previsão de reforço de mais tropas. “Quem vai dizer o que precisa é o Rio. O governo federal não pode e nem deve dizer o que fazer. O que a União pode fazer é oferecer sua estrutura de apoio, com Polícia Federal e Força Nacional de Segurança”, ressaltou.

No encontro de ontem com integrantes da Frente Nacional de Prefeitos, Tarso Genro afirmou que está adiantando a execução do Pronasci, aplicando algumas ações e realizando os planejamentos para 2008. O ministro da Justiça disse que para o próximo ano estão previstos investimentos de R$ 800 milhões para as 11 áreas escolhidas para a execução do programa. “Recursos não faltarão”, garantiu.

O ministro lembrou que os municípios não possuem tradição para investir em segurança pública e, por isso, os prefeitos terão que usar da criatividade e esforço para gastar os recursos enviados pela União. Uma sugestão dada por Tarso Genro foi a instalação, em postos de saúde, de bases operacionais para setores de segurança pública.

Edson Luiz

Da equipe do Correio