Manifestação no Banco Central: funcionários fazem oficina de iô-iô

Menos de uma semana após agentes, delegados e peritos desistirem de fazer greve, os servidores administrativos da Polícia Federal fecharam ontem um calendário de mobilizações para forçar o governo a estender os benefícios à categoria. Na próxima semana, eles cruzam os braços na terça e na quarta-feira. Outras três paralisações de 72horas estão agendadas até o fim de junho. Os trabalhadores pedem valorização da carreira, cobrando tratamento semelhante ao dispensado aos policiais. Na última sexta-feira o governo concordou em conceder um reajuste de 15% para agentes, delegados e peritos pagos entre setembro deste ano e fevereiro de 2009 — no ano passado eles já haviam recebido outros 15% de aumento. Agora os administrativos pedem um reajuste de até 200%. Querem que os salários iniciais pagos aos funcionários de nível médio e superior subam de R$ 1,7 mil e R$ 2 mil, para R$ 3 mil e R$ 6 mil, respectivamente. “Queremos uma tabela justa e compatível com outras carreiras do órgão. Há um abismo salarial grande na PF que gera muita insatisfação”, justifica a presidente do Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (Sindecpf), Hélia Cassemiro.

Expectativa

Outras duas categorias mantêm paralisações na espera de uma proposta do governo nos próximos dias. Os funcionários do Banco Central acreditam que o Ministério do Planejamento apresentará uma contraproposta até o início da semana que vem. Manifestação em frente ao banco ontem comemorou os efeitos da greve, como o cancelamento das notas técnicas com informações econômicas, suspensas desde o início do movimento, em 3 de maio. “Só está funcionando o estritamente necessário. A greve chegou a um ponto que não dá mais para aumentar a adesão”, afirma o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central no Distrito Federal (Sinal-DF), Paulo de Tarso Calovi.

Paralisados desde segunda-feira, os funcionários administrativos das universidades federais aguardam uma reunião com o Planejamento, marcada para o próximo dia 6, a fim de decidir o andamento da greve. Eles reivindicam reajuste salarial, novas contratações e maior valorização da carreira. Desde o início da semana, a biblioteca e o restaurante da Universidade de Brasília (UnB) estão fechados para o público.

Mariana Flores

Correio Braziliense

Foto: Caniel Ferreira/CB

1/6/2007