Ministro afirma que desconhece sucessor, mas nome mais cotado é o do colega Tarso Genro

Em cerimônia cheia de gestos de apreço de líderes do Judiciário, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, despediu-se ontem do cargo. ‘Estou saindo alegre e com a consciência – para usar o lugar comum – de ter cumprido o dever’, contou.

No fim da solenidade, ele disse que não sabe quem é seu sucessor, mas garantiu que sua saída será formalizada segunda-feira, em reunião no Planalto para a qual foi convocado pelo presidente Lula. O mais cotado para substituí-lo é o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. Mas não está totalmente descartado o nome do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Sepúlveda Pertence.

‘O presidente é quem escolhe o sucessor e tenho certeza de que o fará rapidamente, para que eu possa transmitir o cargo’, reforçou Bastos. Ele ressalvou que a pasta tem importância estratégica e não pode ficar muito tempo sem definição. ‘É um ministério sério, que envolve a reforma do Judiciário, a Polícia Federal, o sistema penitenciário federal, a Força Nacional de Segurança Pública. São muitas coisas que estão andando aqui e não podem parar.’

Pertence participou da solenidade. Também estavam presentes a presidente do STF, Ellen Gracie, e representantes do Congresso, tribunais superiores e entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e associações de magistrados e procuradores.

Bastos contou que aceitou o cargo por vaidade, mas em pouco tempo percebeu a importância do ministério para o País e a vida dos cidadãos. Em tom bem-humorado, disse que gostou muito da experiência. ‘Não sei como consegui viver tanto tempo sem ser ministro antes. No entanto, agora estou saindo.’

Ele foi categórico ao dizer que não aceitaria ficar no cargo um pouco mais. ‘Não. Acho que já fiquei um mês a mais’, afirmou, lembrando que Lula combinou de fazer a reforma ministerial depois de 1º de fevereiro. ‘Então, acredito que na semana que vem isso tenha avançado em relação ao Ministério da Justiça.’ Bastos já tinha avisado que não continuaria no governo.

Vannildo Mendes

O Estado de S. Paulo

1/2/2007