Subiu para 18 o número de casos suspeitos em João Dourado, além dos 2 já confirmados; ministério emitiu alerta a todo o país

O Ministério da Saúde classificou de “surto” os episódios de sarampo no município de João Dourado (457 km de Salvador), onde dois casos já foram confirmados. O número de casos suspeitos aumentou ontem. Há agora 18 -quatro são bebês de um ano ou menos de idade. O ministério emitiu um alerta a todo o país, para que sejam reforçadas as ações de vigilância epidemiológica.

Exames sorológicos confirmaram a doença numa criança de nove anos e num jovem de 18. O Brasil não registra um caso autóctone (contraído no país) desde 2001. Por isso, a maior preocupação é descobrir o caso índice (que deu início à transmissão). O ministério investiga a hipótese de os infectados terem tido contato com um estrangeiro contaminado.

Dentre as pessoas com suspeita, ao menos três fizeram uma excursão a Lençóis (BA), na Chapada Diamantina, que, conforme o próprio ministério, é “local de intenso turismo”. Há uma investigação paralela dos órgãos de saúde sendo feita na cidade na procura de casos.

As crianças são o grupo de maior risco e, por isso, as mais vulneráveis à doença. Entre os casos suspeitos, elas são sete e têm entre zero e quatro anos. Nenhuma delas, no entanto, corre risco de morte, conforme a Secretaria da Saúde da Bahia.

Segundo a superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde, Maria Conceição Riccio, a cobertura vacinal de João Dourado está acima de 93%.

Já foi realizado um controle em todas as pessoas que tiveram contato com os doentes. Cerca de 5.000 receberam uma dose da vacina por precaução. A cidade tem 18 mil habitantes.

A previsão é que os resultados dos casos investigados saiam neste fim de semana.

A transmissão do sarampo ocorre diretamente de pessoa a pessoa, por secreções nasofaríngeas, expelidas ao tossir, espirrar ou falar. Os sintomas são febre, tosse, coriza, dores no corpo e baixa tolerância à luz.

As complicações são as otites (inflamações do ouvido) e as pneumonias. A prevenção é feita com a vacina tríplice viral.

THIAGO REIS

Folha de S. Paulo