Apreensão de mala com dinheiro aumenta tensão entre Requião e Dias
A Polícia Federal apreendeu ontem num hotel no centro de Curitiba uma mala de um hóspede identificado como José Carlos Oliveira. Na mala, haveria dinheiro e arma. A PF informou que também teria sido encontrado material de campanha contra o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), candidato à reeleição.
A pedido do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), a investigação vai correr sob segredo de Justiça para que a ocorrência não seja usado eleitoralmente por Requião nem por seu adversário, Osmar Dias (PDT).
Segundo a PF, a mala pertenceria a uma pessoa identificada como José Carlos Oliveira, que se hospedou no domingo e teria feito vários telefonemas do quarto. Ele estava fora do hotel quando a PF chegou com o mandado de busca e apreensão.
O superintendente da PF no Paraná, Jaber Makul Hanna Saadi, não informou o que foi apreendido na mala nem valores. Só prestou informações aos advogados dos dois candidatos que o procuraram para obter maiores esclarecimentos sobre o episódio.
As duas campanhas cobram investigação
Enquanto o deputado estadual José Domingos Scarpellini (PSB) denunciava “armação da campanha de Requião para forjar um caixa dois de Osmar”, os peemedebistas Rafael Greca, deputado estadual, e Max Rosenmann, deputado federal, chegaram à PF ontem anunciando que estavam ali a mando de Requião para “exigir esclarecimentos e negar qualquer ilação de armação”. O advogado da coligação Paraná Forte, de Requião, Clóvis Costa, disse que foi surpreendido pela investigação.
– Soubemos pela imprensa e tomamos conhecimento de que havia ocorrido essa operação a pedido do Ministério Público Eleitoral. Esperamos que se apure e se investigue o caso. Acreditamos que a Polícia Federal desvende no menor prazo de tempo possível o que ocorreu de fato – disse.
Já Osmar Dias lamentou o episódio e criticou Requião pelo que considerou ser uma encenação.
– A população do Paraná está vacinada e quero aqui avisar a população que já tivemos em outras campanhas esse tipo de comportamento do adversário. Já tivemos na campanha de 90, no primeiro e no segundo turnos. A história do Ferreirinha precisa ser revivida na memória dos paranaenses porque ela foi comprovadamente uma farsa que se montou e que destruiu carreiras políticas neste estado – disse Dias.
O pedetista também exigiu rigor da Justiça na investigação.
– Novamente outra farsa foi montada e esperamos que a Justiça aja com rigor para alcançar aqueles que montaram essa farsa a tempo de não interferir no resultado da eleição. Acho que o desespero que toma conta do adversário não justifica esse tipo de ato.
Ana Paula de Carvalho
O Globo
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