O imposto do cheque seria estendido até 2016 segundo o ministro do Planejamento. O governo pretende prorrogar o imposto do cheque até, pelo menos, 2016. A informação foi dada ontem pelo ministro do Planejamento, paulo bernardo, que mesmo assim reforçou a promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reduzir a carga tributária caso seja reeleito. Para impostos e contribuições e ainda assim fechar as contas públicas, bernardo disse que a equipe econômica cortará gastos. “Temos de reduzir as despesas para diminuir os tributos, caso contrário, não fechamos a conta”, disse em audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso.
Segundo o ministro, a prometida redução tributária será feita em etapas, e os resultados serão visíveis em longo prazo. bernardo não fez prognósticos sobre um nível ideal para a carga. No ano passado, o peso de impostos e contribuições ficou em 37,37% do Produto Interno Bruto (PIB), recorde histórico. Depois de defender a prorrogação da CPMF, o ministro disse que a intenção do governo é trabalhar pela redução da alíquota do imposto do cheque.
A alíquota cairia de 0,38% para 0,08% em período de 10 a 15 anos. O percentual final seria usado integralmente no Fundo Nacional de Combate à Pobreza. A CPMF deixará de valer no ano que vem caso não seja prorrogada. No lado da despesa, foi destacado ajuste na Previdência. bernardo lembrou que especialistas apostavam em déficit de R$ 45 bilhões neste ano. “Na última conversa que tive com Nelson Machado (ministro da Previdência), já havia expectativa de R$ 41,5 bilhões, com chance de ser ainda menor”, declarou bernardo.
A perspectiva de rombo menor decorreria de eficiência na gestão do órgão, como nos processos de concessão de auxílio-doença. “Se alguém diz que vai cortar gasto e a carga tributária drasticamente na semana que vem ou no ano que vem, está se desviando do debate verdadeiro ou, então, não tem todas as informações, porque isso não é possível”, disse o ministro.
bernardo evitou comentar entrevista de Yoshiaki Nakano. O assessor econômico tucano disse que Alckmin poderia realizar, rapidamente, corte de R$ 60 bilhões no Orçamento. “Acho que isso deve ser um mal entendido, porque o doutor Nakano é da maior qualificação técnica e duvido que ele tenha dito isso”. O ministro ratificou a previsão de crescimento do PIB de 4,75% em 2007. Neste ano, a aposta da pasta é de alta de 4%. O Banco Central trabalha com 3,5%.
Fernando Nakagawa
Gazeta Mercantil
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