A nova diretoria do SINPECPF teve ontem (7) a primeira reunião formal com a direção da Polícia Federal. O encontro foi com o diretor de gestão de pessoal, Luiz Pontel de Sousa, e foi marcado pelo desejo mútuo de retomar a relação de parceria entre sindicato e administração.
Desde o início do diálogo, o presidente Éder Fernando da Silva deixou clara a intenção do sindicato em trabalhar em conjunto com a direção da PF em temas de interesse comum. “Queremos estabelecer uma relação benéfica para ambas as partes. Precisamos da direção assim como a direção precisa da categoria”, enfatizou.
Além do presidente, também participaram do encontro o vice Anselmo Martins, o diretor jurídico Cícero Radimarque e a suplente de diretoria Ester Lacerda da Silva.
O DGP disse partilhar da visão dos novos diretores do sindicato, garantindo que a Diretoria de Gestão de Pessoal não terá problemas em trabalhar em conjunto com o SINPECPF em prol da valorização dos servidores administrativos e da melhoria das condições de trabalho no órgão.
Negociação salarial — Embora o foco do encontro fosse a abertura do diálogo com a nova diretoria do sindicato, houve espaço para tratativas a respeito de demandas pontuais da categoria. A primeira delas foi a questão salarial: embora o PECPF já tenha firmado acordo com o governo, a possibilidade de instituição de um “bônus” para a categoria policial segue existindo, e o sindicato entende que algo nesse sentido deve ser estendido para os administrativos.
“O que negociamos foi a recomposição de nossa remuneração segundo a inflação. Um ‘bônus’ ou qualquer coisa do tipo é algo que vai além disso. Por questão de justiça, o PECPF não pode ser deixado de fora”, frisou Éder. Segundo o DGP, a direção reforçará para o governo a importância de não excluir os administrativos de qualquer benefício extra negociado com os policiais.
Ainda na esfera remuneratória, o sindicato pediu o apoio da PF para garantir que os aposentados que não cumprem os requisitos exigidos para incorporação da gratificação de desempenho sejam contemplados por uma nova regra. “É injusto que tantos colegas fiquem de fora desse benefício”, enfatizaram os sindicalistas.
De acordo com o DGP, a questão dos aposentados receberá todo o apoio da Administração. “Não concordamos com o tratamento dado à questão”, afirmou.
Progressão funcional — Outro pleito debatido no encontro foi a mudança dos critérios de progressão funcional do PECPF. A questão é semelhante a das atribuições: não existe uma norma específica que trate da progressão dos servidores administrativos da PF. Dessa forma, a categoria é submetida a um regime genérico, que ignora as especificidades do trabalho da categoria. “É imprescindível que o problema seja corrigido para que o PECPF passe a ser regido por regime próprio”, explicaram os diretores do sindicato.
Convocação do cadastro reserva — O sindicato também pediu apoio da direção para a convocação do cadastro reserva do último concurso para o PECPF. Hoje, o processo se encontra no Ministério do Planejamento, em fase final de análise.
O DGP afirmou que existe grande interesse por parte da PF na convocação do cadastro reserva. “Temos muitos postos vagos e precisamos atender à recomendação do TCU de substituir os terceirizados que atuam nos aeroportos”. Pontel também afirmou que a PF deseja prorrogar a validade do concurso, e que estudos neste sentido já estão sendo realizados.
Os diretores do SINPECPF também pediram empenho na realização de um novo concurso tão logo o cadastro reserva seja convocado. Caso o abono de permanência seja mesmo extinto como propõe o governo na PEC 139/2015, a categoria administrativa deverá enfrentar uma forte onda de aposentadorias. “Estudos internos estimam que mais de 600 colegas deixarão o órgão. Não temos condições de perder tamanha força de trabalho”, ponderou Éder.
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