“Não”. Essa foi a palavra mais ouvida na reunião dos servidores públicos federais com o Ministério do Planejamento na tarde desta terça-feira (7). Um a um, cada um dos representantes de classe presentes à reunião repetiu a negativa em resposta à proposta do Governo de reajuste salarial de 21,3% dividido em quatro parcelas anuais (5,5%, 5%, 4,75% e 4,5%). Diante da rejeição unânime, o secretário de Relações de Trabalho, Sérgio Mendonça, afirmou que o Planejamento avaliará mudanças na proposta.
Para embasar seu posicionamento, os sindicalistas se apoiaram nos números do IPCA medido pelo Banco Central. Eles enfatizaram que a projeção de inflação acumulada para 2015 foi revisada na semana passada, atingindo 9,04% no último Boletim Focus. “A inflação é muito maior que o reajuste proposto pelo Governo. Não temos como aceitar essa proposta”, declarou o vice-presidente do SINPECPF, João Luis Rodrigues Nunes.
Segundo Sérgio Mendonça, o atual estado da economia brasileira dificulta a apresentação de uma proposta muito diferente por parte do Governo, especialmente em relação aos percentuais do aumento. A declaração deu a entender que o Governo avalia mexer apenas no prazo de vigência do acordo.
Ciente de que o prazo para as negociações é curto (o projeto de Lei Orçamentária deve ser encaminhado ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto), os sindicalistas solicitaram agilidade ao Planejamento na condução das negociações específicas. “Queremos ver propostas concretas”, destacou João Luis. “O reajuste vai incidir no vencimento básico ou na gratificação de desempenho? A distorção na amplitude salarial do nível médio será corrigida? Haverá equalização das tabelas de nível superior?”, questionou, pedindo respostas nas reuniões setoriais.
Mendonça afirmou que tais questões serão definidas nas reuniões setoriais, que ainda não foram agendadas pelo Planejamento.
O vice-presidente também criticou a ausência de uma proposta de reajuste de benefícios. “Os benefícios estão congelados há muito tempo. O Governo precisa oferecer uma proposta também neste sentido”, cobrou o representante do SINPECPF.
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