Passageiros no Rio de Janeiro reclamam da demora para conseguir o atendimento nos postos da Polícia Federal (PF) para a confecção de passaporte. Segundo a PF, o tempo de espera para o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), na zona norte do Rio, é 45 dias. Alguns usuários afirmam, porém, ter conseguido data somente dois meses depois. Nos demais três postos da PF na cidade, localizados nos shoppings Rio Sul e Leblon, na zona sul, e no Shopping Via Parque, na zona oeste, a espera é maior e pode chegar a 90 dias, de acordo com o órgão.
A PF informou que vem adotando medidas para minimizar o problema. Uma delas foi prolongar o horário de serviço no aeroporto do Galeão, que passou a ser das 7h à meia-noite de segunda a sexta-feira. Outra iniciativa foi estender o atendimento também para os finais de semana e feriados.
A técnica de informática Rosângela dos Santos Rodrigues trabalha no Cosme Velho, zona sul do Rio, e diz que procurou agendamento no mês de agosto para todos os postos da proximidade, mas só conseguiu no final de outubro para o aeroporto do Galeão.
“Tentei vaga no Rio Sul e no Leblon, só que esperaria mais de três meses. Consegui marcar um pouco antes para aqui no Galeão, mas a gente passa por um monte de dificuldades: distância, trânsito, pouca opção de transporte e estacionamento caro”, criticou. Rosângela acrescenta que precisou faltar um dia no trabalho somente para comparecer ao posto do aeroporto.
A técnica de informática ainda relata que sua filha enfrentou o mesmo problema. “Ela entrou no site da Polícia Federal para agendar [a retirada do] passaporte em outubro e a data mais recente era janeiro, também no aeroporto, justamente no mês em que ela vai viajar”.
A operadora de turismo Cristiane Marinho mora no bairro do Maracanã e também tentou marcar o atendimento na zona sul, pela proximidade com seu bairro. Ela reclama da pouca quantidade de postos da Polícia Federal para obter o documento. “Toda vez que vou tirar o passaporte é a mesma coisa. Final de ano, período de férias, eles sabem que aumenta a demanda. Deveriam aumentar também a quantidade de locais de atendimento”, sugere.
A PF estuda a criação de novos postos no município do Rio, em shoppings das zonas oeste e norte. O órgão não estimou, porém, quando as novas unidades entrarão em funcionamento.
Bom Dia Brasil — A questão da demora também foi abordada em reportagem do Bom Dia Brasil da Rede Globo. Você pode assistir à reportagem clicando aqui.
Baixo contingente de administrativos — O SINPECPF já explicou às autoridades em reuniões, denúncias formais e audiências que os problemas no setor de passaporte estão intimamente ligados com o baixo contingente de servidores adminstrativos na Polícia Federal. O recorrente opção por terceirizar o serviço, além de irregular, já se mostrou ineficaz: a qualidade do serviço prestado pelas empresas contratadas deixa a desejar e seguidos problemas com o pagamento de salários e direitos de terceirizados já fizeram com que esses profissionais deflagrassem inúmeras greves.
A Polícia Federal sabe como solucionar o problema. Não é à toa que em momentos de crise o órgão recruta servidores administrativos de outros estados para regularizar a situação em grandes aeroportos ou do passaporte nas grandes capitais. Nós somos a solução, e por isso o SINPECPF está empenhado na nomeação dos relacionados no cadastro reserva e também na modernização das atribuições da categoria. Já encaminhamos denúncia ao TCU neste sentido e queremos medidas de valorização da categoria, incluindo a realização de novos concursos.
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