O ex-superintendente da Polícia Federal em Alagoas Amaro Vieira está magoado. O delegado diz que não entende por que os colegas da corporação, que trabalharam com ele nos últimos dois anos, o acusam de ser “centralizador”, a ponto de estourarem fogos e promover um café da manhã na porta da PF para celebrar a despedida dele do cargo. O ato ocorreu na Superintendência da Polícia Federal, em Jaraguá, na última quarta-feira.
Em entrevista à Gazeta, o delegado se defende dizendo que buscou fazer um trabalho sério o tempo todo, “totalmente responsável”. “E se há alguma insatisfação deve ser porque eu não deixei roubar e não roubei”, dispara o ex-superintendente.
A principal queixa de boa parte dos servidores, principalmente entre os agentes de polícia, é a quantidade de processos administrativos disciplinares abertos por determinação de Amaro Vieira. Segundo os funcionários da PF no café da manhã, “foram mais de 20”.
“Se o evento ocorreu, se o servidor descumpriu a regra, cometeu a infração, então ela tem que ser apurada. Não interessa se existem dez ou vinte [processos], isso pouco importa”, rebate o delegado.
Amaro Vieira foi exonerado do cargo para ceder o lugar ao colega Omar Gabriel Haj Mussi, do Paraná, que deve ser empossado superintendente em até 30 dias.
Mussi é especializado numa área com demanda elevada em Alagoas: combate à corrupção e crimes de “colarinho branco”, cometidos quase sempre por gestores públicos.
Já o ex-xerife da PF em Alagoas se encontra hoje recluso na Escola Superior de Guerra (ESG), no Rio de Janeiro, onde se dedica a um curso de capacitação profissional que dura o dia inteiro. Além dele, dois outros superintendentes da Polícia Federal também foram convidados pelo Ministério da Defesa: o da Bahia e o do Pará.
PS: Esta reportagem foi originalmente publicada no jornal Gazeta de Alagoas, no dia 22 de abril veículo impresso de maior circulação no estado, e foi aqui reproduzida a pedido de colegas alagoados que não gostaram do tom das declarações do ex-superintendente. Na opinião deles, Amaro usou palavras muito fortes e ofensivas, numa tentativa de escapar das críticas feitas a sua gestão.
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