Os colegas de Campo Grande (MS) compareceram em peso à reunião promovida pelo SINPECPF na Superintendência do estado na última quarta-feira (16). O interesse em conhecer de perto os trabalhos do sindicato fez com que o encontro tivesse início pontualmente às 9h30, terminando somente quatro horas depois, após muito debate sobre temas como reestruturação da carreira, terceirização irregular, desvios de função de policiais, horário corrido para servidores administrativos, entre outros.
A presidente Leilane Ribeiro de Oliveira iniciou o encontro explicando como a atual gestão tem pautado sua atuação. Ela esclareceu que o foco dos trabalhos está na valorização do servidor administrativo, por meio do combate à cultura de discriminação da carreira de apoio que perdura durante anos na PF. “Nesse sentido, conquistamos o direito a ostentar o emblema da instituição em nossas carteiras funcionais, igualamos a cor dos crachás e conseguimos a extensão da atividade física”, lembrou a presidente. “Algumas pessoas podem considerar essas vitórias pequenas, mas a valorização só vai chegar se combatermos toda e qualquer forma de discriminação”, completou.
A Oficina que o Ministério do Planejamento irá promover no próximo dia 23 para discutir a reestruturação da carreira também mereceu destaque no encontro. A presidente explicou que a defesa da reestruturação estará ancorada em três eixos: 1) a legalidade da proposta encaminhada ao Planejamento; 2) a importância da categoria para a Polícia Federal; 3) os benefícios que a reestruturação proporcionará à sociedade. Foi revelado ainda que o evento será transmitido ao vivo pela Internet para que todos os filiados participem desse momento tão importante.
Em relação à terceirização irregular e aos desvios de função de policiais, os colegas sul-mato-grossenses enfatizaram a necessidade de novo concurso para a categoria, criando assim condições para que os administrativos voltem a ocupar setores importantes, como a imigração. A presidente explicou que o sindicato trabalha sim pela realização de novo concurso, mas destacou que o ideal é que as três mil vagas pleiteadas só sejam criadas após a reestruturação, para que não haja o risco de que duas categorias administrativas distintas coexistam no órgão. “Isso seria terrível para todos nós”.
Reunião com superintendente – Durante a conversa com os servidores, o sindicato verificou que pelo menos uma reclamação era geral: o impedimento de utilizar o tempo reservado à atividade física para fazer jus ao horário corrido de sete horas. De acordo com os colegas sul-mato-grossenses, todos os pedidos nesse sentido têm sido indeferidos.
O superintendente do estado, Edgar Paulo Marcon, justifica a decisão afirmando que, quando assumiu a Superintendência, em agosto deste ano, as escalas de trabalho estariam “uma bagunça”, o que comprometia a qualidade dos serviços. “Era algo necessário na época, mas nada impede que a situação seja revista”, avalia. Para ajudar nessa empreitada, a presidente Leilane sugeriu que cada servidor interessado em fazer o horário corrido se reúna com os colegas de setor para elaborar uma escala que não comprometa o andamento dos trabalhos. O superintendente gostou da ideia e prometeu reavaliar a questão tão logo os novos pedidos sejam protocolados.
Como não havia mais queixas com relação à gestão, a reunião passou a girar em torno de demandas gerais da categoria administrativa. A luta por mais respeito dentro do órgão, bem como por melhorias salariais foram os principais tópicos abordados. Marcon parabenizou o sindicato pelo trabalho realizado até aqui, avaliando que a categoria aos poucos vem conquistando seu espaço. “Até pouco tempo atrás, a cultura interna era de que a PF era lugar apenas de policiais. Isso está mudando, o que é muito bom”, observou.
Vale ressaltar ainda que o superintendente fez questão que todo o alto escalão da superintendência estivesse presente no encontro para conhecer as reivindicações do sindicato. Assim, participaram da reunião o corregedor, Wenderson Brás Gomes; o chefe do núcleo regional de combate ao crime organizado, Bráulio César da Silva Galloni, o diretor executivo, Rodrigo de Andrade Oliveira; e o chefe do núcleo de inteligência policial, Guilherme Guimarães Farias. Outra participação que merece destaque é a do representante estadual do SINPECPF no Mato Grosso do Sul, Samuel Preto Alves.
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