Cobrar uma postura mais efetiva da direção da Polícia Federal em relação à reestruturação da carreira administrativa. Com este objetivo em mente, a diretoria do SINPECPF reuniu-se, nesta quinta-feira (01), com o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Correa. Os representantes do sindicato se queixaram da demora e da blindagem adotada pelo Ministério do Planejamento durante a análise da proposta, postura que tem deixado a categoria apreensiva em relação à solução da demanda.
Segundo o diretor-geral, a dificuldade de diálogo se deve ao grande volume de trabalho que o Ministério do Planejamento tem enfrentado nas últimas semanas. “Estive reunido com outros representantes de classe da PF e posso assegurar: o problema tem afligido a todos”, garantiu o diretor. Corrêa revelou ainda a estratégia de atuação que pretende adotar junto ao Planejamento. O plano do diretor-geral é reunir todas as demandas da PF existentes naquele ministério para negociá-las conjuntamente. “Já que está complicado falar com eles, é melhor conseguir um encontro no qual possamos resolver todas as questões simultaneamente”, explica.
A presidente do SINPECPF, Leilane Ribeiro de Oliveira, mostrou-se preocupada com a situação e pediu para que o diretor interceda por uma reunião do sindicato com o Planejamento. “Entendemos que o departamento possua diversas demandas, mas nós temos uma prioridade. Por isso, julgamos ser fundamental falar com o Planejamento”, ressaltou a presidente. Corrêa comprometeu-se a pedir o auxílio político do ministro da justiça, Luiz Paulo Barreto, para solucionar a questão. “A demanda de vocês é muito bem vista pelo novo ministro, que, como vocês sabem, também foi servidor administrativo no MJ. Tenho certeza de que ele dará o apoio de que vocês precisam”, afirmou.
O diretor-geral também revelou que terá uma reunião com o ministro Barreto ainda nesta quinta-feira, e que a reestruturação da Polícia Federal será um dos assuntos em pauta. “Não existe reestruturação da PF sem que a carreira administrativa seja reestruturada. Portanto, a questão do PECPF também será debatida”, assegurou. Para a presidente do SINPECPF, é fundamental que o diretor-geral esteja de fato comprometido com este ideal, pois somente assim a Polícia Federal conseguirá cumprir o papel que sociedade anseia. “A PF gosta de trabalhar com um modelo de referência para o futuro, mas este futuro precisa começar já! Sem a reestruturação, o órgão não poderá atingir as metas que tanto ambiciona”, declarou.
Por fim, de posse de um gráfico que mostra a evolução de efetivo da Polícia Federal desde 1978, Leilane mostrou como é grave a atual carência de servidores do PECPF. “Representamos hoje 19,9% do contingente de servidores do órgão. Este número nunca esteve tão baixo, comprovando que a carreira precisa ser reestruturada o quanto antes”, atestou.
Recomposição Salarial
A recomposição salarial para os servidores da Polícia Federal também foi debatida durante o encontro. O diretor-geral enalteceu o grande suporte financeiro assegurado para a PF no orçamento deste ano. “Felizmente, contamos hoje com recursos suficientes para empreender o reajuste salarial para todas as categorias”, comemorou.
A diretora de assuntos parlamentares do SINPECPF, Pauleana Martins Nunes, gostou do que ouviu, mas não deixou de cobrar do diretor-geral que o reajuste para o PECPF não se limite a promessas, como já aconteceu no passado. “A reestruturação passa, inquestionavelmente, pelo reajuste salarial. Sabemos que hoje cada categoria tem lutado em causa própria, o que é muito justo. Porém, a Direção-Geral deve trabalhar pelo bem de todos, e é isso que esperamos”. Corrêa disse estar de pleno acordo, garantindo que a reestruturação contemplará uma melhoria salarial. “Todos sabem da necessidade de realizarmos um novo concurso para a área administrativa. Porém, só realizaremos o certame após reestruturarmos a área, pois não quero que a PF volte a enfrentar um êxodo de profissionais que beira os 60%”.
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