No dia 28 de março a Polícia Federal celebra 66 anos de serviços prestados ao Brasil. A cada novo aniversário são renovadas as expectativas de que a corporação vivencie, finalmente, a aprovação de sua lei orgânica e das garantias de paridade e integralidade da aposentadoria policial, bem como a reestruturação do órgão e, consequentemente, das carreiras policial e administrativa. Essas medidas, em conjunto, são imprescindíveis para assegurar à PF as condições básicas necessárias para o cumprimento de suas funções institucionais e tornar-se referência mundial de Polícia Republicana que combate o crime organizado, a corrupção e a impunidade sem se deixar contaminar pelas disputas político-partidárias.
Infelizmente, a cada ano, essas expectativas têm sido frustradas, acarretando intranquilidade, insatisfação e irritação aos servidores policiais e administrativos, com reflexos para a eficiência da Polícia Federal e dificuldades na condução deste órgão. Consideramos inaceitável que esses assuntos sejam tratados com a insensibilidade típica da burocracia estatal, que se nega ao diálogo e à negociação. Sobretudo, no momento em que o país se prepara estrategicamente para dois grandes eventos, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Todavia, a construção da Polícia Federal efetivamente como uma Polícia de Estado, como anseia a sociedade, autônoma e independente, essencialmente técnica, apolítica e apartidária, requer um processo contínuo de modernização institucional que não pode ser paralisado ou permanecer indefinido e deve ser livre de indefinições capazes de comprometer a qualidade dos serviços prestados ao país. Exige ainda, inquestionavelmente, a aplicação urgente de medidas que fortaleçam e valorizem a atividade precípua exercida pela corporação, sem dúvida alguma, típica de Estado e considerada de risco, elencada pela ONU como reconhecidamente a segunda atividade mais estressante, o que a difere de outras desempenhadas pelo Estado e que, portanto, requer tratamento condigno e diferenciado.
Desta forma, para que a nossa sociedade tenha a PF que merece e confia, é fundamental que Vossa Excelência, Senhor Presidente da República, não permita que assuntos de tamanha relevância para a República sofram com indefinições típicas dos embates eleitorais como os que ocorrerão neste ano de 2010.
Por essas razões, manifestamos a nossa preocupação, ao passo que renovamos a nossa fé de que o atual governo saberá enfrentar tais questões, não deixando como legado ao seu sucessor as mencionadas indefinições, cujas soluções são cruciais para o bom andamento das atividades da Polícia Federal.
ABRAPOL – Associação Brasileira dos Papiloscopistas Policiais Federais
ADPF – Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal
APCF – Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais
FENAPEF – Federação Nacional dos Policiais Federais
SINPECPF – Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal
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