Em sua primeira viagem como presidente do SINPECPF, Leilane Ribeiro de Oliveira encontrou uma Goiânia extremamente acolhedora, porém, repleta de questionamentos a respeito dos trabalhos do sindicato e do futuro da categoria. O encontro com os servidores da capital goiana ocorreu na última quinta-feira (18), no auditório da Superintendência da cidade. A representante do estado do SINPECPF em Goiás, Delzira Alves de Sousa, abriu os trabalhos com uma frase que serviu de tônica para todo o evento: “Aproveitem a oportunidade e perguntem sobre tudo o que quiserem saber.” Os servidores entenderam bem o recado, o que proporcionou debates acerca dos mais variados temas.
A primeira questão abordada foi o projeto de lei que trata da reestruturação da categoria, atualmente em análise no Ministério da Justiça. Leilane explicou os pontos debatidos junto à equipe comandada pelo secretário de assuntos legislativos do MJ, Pedro Vieira Abramovay, e esclareceu que a demanda já teve sua análise concluída. “O projeto pode seguir a qualquer momento para o Ministério do Planejamento. Estou em comunicação permanente com os envolvidos a fim de que isso aconteça o mais rapidamente possível.”, ressaltou.
O próximo tópico levantado no debate foi o projeto de Lei Orgânica da Polícia Federal, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados. A presidente revelou que o SINPECPF participou de reuniões com representantes das demais categorias presentes no órgão, nas quais foram debatidas propostas de alterações ao projeto. “Foram diversas reuniões que também contaram com a presença de representantes de classe da Polícia Civil do Distrito Federal – que almeja ser incluída no projeto. Foram muitas discussões, mas chegamos a um consenso que será defendido em conjunto por estas entidades, nos dando mais força nesse pleito.”, declarou.
Servidores aposentados também compareceram ao encontro e questionaram sobre o andamento da ação que pleiteia o pagamento isonômico da Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa (GDATA). Leilane explicou que o Superior Tribunal de Justiça manifestou-se favorável ao pagamento. Uma vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) também posicionou-se a favor do pagamento por meio de súmula vinculante, a União não tem mais como recorrer do pagamento. “Isso quer dizer que a GDATA será paga, não há mais como recorrer disso. Infelizmente, apesar da vitória da justiça, ainda não temos uma data para o pagamento.”, explicou.
Maior voz para os estados
Para o agente administrativo Edmar dos Santos Gomes, um dos maiores problemas existentes hoje no SINPECPF é a concentração das decisões entre os servidores lotados em Brasília. “A opinião dos estados dificilmente é levada em consideração. Gostaríamos que isso mudasse.”, alertou.
Leilane, que já atuou como representante estadual no Acre, disse entender o questionamento, mas lembrou que a participação não depende apenas da vontade do sindicato. “Trabalharei para que todos os estados tenham voz ativa, com poder de voto. Entretanto, é preciso que os estados também queiram fornecer suas opiniões.” Leilane lembrou que hoje há estados que sequer contam com representação, o que demonstra certo desinteresse. “Espero que o quadro mude ao decorrer da minha gestão, pois trabalharei para recuperar a confiança desses estados.”, completou.
Encontro com o Superintendente de Goiás
Após reunir-se com os servidores, a presidente do SINPECPF conversou, na sexta-feira (19), com o superintendente do Departamento de Polícia Federal em Goiás, Carlos Antônio da Silva, que ficou bastante satisfeito em saber que não houve maiores reclamações acerca de sua gestão. “Sempre gostei de tratar as pessoas de forma isonômica. Acredito que um servidor do PECPF merece o mesmo respeito que qualquer delegado, perito ou agente. Isso favorece o clima institucional.”, afirmou.
A pedido dos servidores, Leilane sugeriu que a Superintendência se esforçasse em ouvir o servidor sempre que pretender remanejá-lo. “Entendemos que esta é uma oportunidade de defesa para o servidor.”, esclareceu. O superintendente acolheu parte da idéia, salientando que isso já é feito na medida do possível. “É preciso que os servidores também entendam que eles não podem pautar a Administração. Tomamos decisões pautadas pelo interesse público, que se sobrepõe ao interesse particular.”, declarou.
Por fim, Leilane explicou o andamento do projeto que trata da reestruturação da carreira, e pediu o apoio do superintendente nessa empreitada. Carlos Antônio disse compreender inteiramente a demanda e que, como ex-militante de causas sindicais, apóia o pleito do PECPF. “Caso o SINPECPF elabore um documento oficial pedindo o apoio dos superintendentes para a causa, terei o maior prazer em assiná-lo.”, completou.
ÚLTIMOS COMENTÁRIOS